Celia Magalhães *
Quadro clínico caracterizado por surgimento precoce
(após o nascimento) de desconforto respiratório leve a moderado que pode incluir:
taquipneia, gemidos, batimento de asas do nariz, retração intercostal e cianose,
acometendo geralmente bebê de termo ou pré-termo limítrofe; também chamada de
Síndrome do Pulmão Úmido.
A TTRN ocorre por edema pulmonar transitório, devido
ao retardo de absorção do líquido pulmonar fetal. Em geral, é mais frequente no
sexo masculino, em filhos de mãe asmática e nascidos de cesáreas eletivas.
O diagnóstico é de exclusão, devendo ser afastadas as
demais causas de dificuldade respiratória, tais como sepse, pneumonia, membrana
hialina, cardiopatia congênita cianótica, policitemia e hipertensão pulmonar. Assim,
é fundamental colher uma detalhada história materna, bem como exames
complementares do tipo hemograma, hemocultura, proteína c reativa e gasometria arterial.
Os principais achados de raio x são hiperinsuflação
pulmonar, com rebaixamento do diafragma, infiltrado pulmonar difuso dos hilos
para a periferia, evidência de cisuras pulmonares e eventuais aumentos da área
cardíaca.
O tratamento inclui ambiente térmico neutro (com
diminuição do consumo de O2), oxigenioterapia suplementar ─ mantendo a
saturação de oxigênio >90% —, hidratação parenteral adequada e controle de
distúrbio eletrolítico (hipoglicemia, etc.).
A evolução em geral é benigna, ocorrendo resolução do
quadro em até 72 horas, se não surgirem complicações. O prognóstico é muito
bom, geralmente sem dano pulmonar permanente.
[*] Neonatologista, atual
Secretária do Comitê de Neonatologia da SPRS.
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