quarta-feira, 13 de junho de 2012

Hemangiomas - O que os pais precisam saber

Dra. Ana Elisa Kiszewski Bau
Dermatologista Pediatra. Vice-presidente do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria. Professora Adjunta de Dermatologia da UFCSPA.

Hemangiomas são lesões vasculares que crescem durante os primeiros meses de vida.  São tumores benignos bastante freqüentes, afetando 5 a 10% dos lactentes no primeiro ano de vida. Há diferentes tipos de hemangiomas. A diferenciação se baseia nas características histológicas (microscópicas) e no seu comportamento biológico (momento no qual surge, momento em que prolifera e regride, assim como seu potencial para complicações).

O  hemangioma mais comum é o hemangioma da infância (HI). Ele surge nos primeiros meses de vida como uma mancha avermelhada que após algumas semanas se eleva e/ou aumenta em volume. Ele apresenta uma fase de crescimento acelerado que dura aproximadamente até o sexto mês, após entra em um período de estabilidade que vai até aproximadamente 1 ano e meio e após entra em regressão natural que se estende até os 10 anos de idade. No final da infância, os hemangiomas desaparecem completamente na maioria dos casos.

Os hemangiomas que já se apresentam com aumento de volume ao nascimento são chamados hemangiomas congênitos e apresentam o comportamento diferente do hemangioma da infância.

Os hemangiomas podem ainda ser classificados em superficiais, mistos e profundos. A maioria dos hemangiomas da infância é classificada como mistos. Na maioria dos casos, não é necessária a realização de exames para estabelecer o diagnóstico. No entanto, os hemangiomas profundos podem levar a uma maior dificuldade no seu diagnóstico, pois somente ocorre o aumento de volume, sem o componente avermelhado (vascular) superficial. Neste caso, o estudo de imagem é fundamental para estabelecer o diagnóstico.

Os hemangiomas, em algumas situações, podem estar associados a malformações e/ou hemangiomas em órgãos internos. Por isso, hemangiomas com as seguintes características devem sempre ser investigados:

1-    Hemangiomas que estejam sobre a linha média do corpo (coluna, esterno, meio da cabeça ou da face ou do glúteo)
2-    Hemangiomas extensos na face
3-    Hemangiomas que sobre a região mandibular e/ou lábio inferior
4-    Hemangiomas que se afetem um segmento corporal inteiro: por exemplo: coxa ou perna, antebraço ou braço.
5-    Hemangiomas pequenos, porém múltiplos (cinco ou mais).

A conduta no HI é predominantemente conservadora e expectante, mas 10 a 20% dos casos necessitam algum tratamento.

As seguintes situações necessitam de tratamento nos primeiros meses de vida (o tratamento deve ser iniciado preferencialmente nos primeiros 3 meses).

Oclusão palpebral – a falta do tratamento pode acarretar perda da visão e/ou perda parcial da pálpebra.
Hemangioma genital/anal- o falta do tratamento pode acarretar ulceração dolorosa e/ou perda de parte dos genitais.

Hemangioma labial - a falta do tratamento pode acarretar ulceração dolorosa e/ou perda de parte do lábio.
Hemangioma em ponta de nariz (cirano)- a falta do tratamento pode acarretar deformidade permanente das cartilagens do nariz.

Hemangiomas segmentares extensos – o não tratamento pode acarretar ulcerações e cicatrizes, além disso podem estar associados a malformações que necessitem de tratamentos específicos.

Hemangiomas com crescimento acelerado e prejuízo estético significativo.

O tratamento dos hemangiomas modificou radicalmente nas últimas três décadas e teve muitos avanços nos últimos anos. Atualmente o tratamento é eminentemente clínico, utilizando-se de forma sistêmica principalmente o corticóide e o propanolol. O tratamento tópico somente está indicado para hemagiomas superficiais, visando o clareamento da lesão.

acesse aqui a  cartilha da ANVISA  para os pais: Cartilha de Cosméticos Infantis

Nenhum comentário:

Postar um comentário