quarta-feira, 11 de abril de 2012

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade


Ricardo Halpern
O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição clínica que acomete em torno de 6% das crianças em idade escolar. Se caracteriza por um quadro clinico bastante variado e com sintomas complexos. Os sintomas cardinais são desatenção, hiperatividade e impulsividade.
A etiologia do TDAH tem uma forte base genética com pequenos efeitos de múltiplos gens. As condições psicossociais não são responsáveis pelo aparecimento dessa condição clínica, mas muitas vezes exacerbam o quadro.
A base do diagnóstico está formada pela história, observação do comportamento atual do paciente e relato dos pais e professores sobre o funcionamento da criança nos diversos ambientes que frequenta.
Existem algumas condições para que o pediatra tenha uma forte suspeita diagnostico.
a) Duração dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade.
b) Frequência e intensidade dos sintomas.
c) Persistência dos sintomas em vários locais e ao longo do tempo.
d) Prejuízo clinicamente significativo na vida da criança.
e) Entendimento do significado do sintoma. Para o diagnóstico de TDAH, é necessária uma avaliação cuidadosa de cada sintoma, e não somente a presença de sintomas.
A apresentação clínica pode variar de acordo com o estágio do desenvolvimento. Sintomas relacionados à hiperatividade/ impulsividade são mais frequentes do que sintomas de desatenção em pré-escolares com TDAH.
Importante: O diagnostico é clinico!!! Não existe nenhum exame complementar.
São bastante frequentes as comorbidades sendo que o Transtorno oposicional desafiador é o mais frequente. Os demais são: transtornos de ansiedade, transtorno de humor, depressão e tiques.
O tratamento do TDAH é multimodal realizado com farmacoterapia, mudanças comportamentais em casa e na escolar e quando indicado tratar comorbidade. Medidas comportamentais isoladas não são tão efetivas quando combinadas com tratamento farmacológico.
Para o aprofundamento do assunto consultar o artigo  Rodhe LA Halpern R J Pediatr (Rio J). 2004;80(2 Supl):S61-S70

Nenhum comentário:

Postar um comentário